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terça-feira, 22 de março de 2011

O problema da falta de educação


Está cada dia mais difícil ser uma pessoa tolerante. Tive uma educação muito boa. E engana-se quem pensa que estou falando em acesso a colégios caros, cursos no exterior... Falo de educação mesmo, aquela que se aprende em casa e se aprimora na escola, aquela que, infelizmente, parece não mais existir.

Tentei, por 5 aos seguidos, ser uma pessoa socialmente correta. Mas é impossível aceitar a situação que só piora a cada dia. Ao analisar o todo, não há como não ser tomada por um ceticismo profundo.

Um governo que dá acesso ao consumo desenfreado e não educa sua população. A família, cada vez mais desestruturada (ou essa palavra sofrerá uma mudança em seu conceito, ou deixará de existir no ritmo em que a população anda): crianças nascendo aos montes, sem planejamento algum, filhos e filhas de mães sem pais, ou pais se mães, ou abandonados por ambos e criadas pelos avós... filhos e filhas de traficantes, de pais dependentes químicos... ou, ainda, filhos da classe média e alta que não conseguem ver os pais, que trabalham para dar aos filhos uma boa ($) educação ou manter o padrão de vida, pessoas de uma mesma família que não convivem entre si... onde todas as ações são realizadas em torno do dinheiro, e que acaba sendo passado aos filhos como o único bem, que rege todos os relacionamentos.
E a situação só tende a piorar.

As pessoas acham um absurdo quando digo que não terei filhos. Absurdo é colocar filhos num mundo, mais espeficicamente ainda, num país, onde a população acha mais importante ter um celular de última geração à água encanada e esgoto tratado.
Serei mais específica ainda. A educação em São Paulo é um engodo.

Muitos são os fatores que contribuem para isso e se formos analisar, por trás de cada um deles existe mais uma série de outros fatores que atuam negativamente para o cenário atual.

Pensando em tudo isso, aquela famosa frase de que "a ignorância é o caminho da felicidade" passa a fazer todo o sentido.

Mas... concentrarei minha indignação e revolta para escrever aqui o que mais me incomoda ultimamente (não que os outros problemas não me afetem) e que me fez voltar a postar (nessa válvula de escape virtual que se iniciou como uma obrigação de disciplina de faculdade e agora faz papel de terapeuta - estes que me perdoem).

Por 5 anos enfrentei ônibus e metrôs lotados, muitas vezes pegando 8 conduções por dia - entre trabalho e faculdade. Dependendo da classe social das moscas que vierem a ler este post, serei crucificada, taxada de "fraca", de uma pessoa que não sabe o que é realmente ter problemas, afinal, milhares de pessoas enfrentam essa realidade todo dia e eu, felizmente, não utilizo as linhas mais "barras pesadas" que existem.

É verdade. No entanto, caras mosquinhas, felizmente tive educação. Uma avó que morava no sítio, que mal tinha o que dar de comer aos seus filhos quando as plantações eram perdidas por geadas ou por secas, não tinha "posses", tinha algo muito mais valioso, e que depois que se conquista, nunca se perde, ela tinha educação. Mesmo analfabeta, foi a pessoa mais educada que conheci. Sabia se portar nos mais diferentes locais, sabia o quanto é importante ser uma pessoa honesta, ter caráter, respeito e moral.

Esses valores, que tive a felicidade de aprender em família, são imprescindíveis para se viver em sociedade.

A maior dificuldade está em ter que conviver, diariamente, com pessoas que não receberam essa mesma educação.

No início, e muitas vezes até hoje, tento olhar os outros indivíduos como pessoas que não tiveram a mesma oportunidade que eu e, assim, minimizar minha raiva com relação aos comportamentos insuportáveis que muitas vezes quase me tiram do sério.

Afinal, a culpa é (em sua maior parte) do governo que não deu e não dá condições para que as pessoas se eduquem, se tornem cidadãs.

O que vejo no caminho diário ao trabalho é um bando de pessoas agindo como animais... acordam, vão para seus empregos, trabalham e voltam para suas casas. Uma rotina exaustiva que faz com que o indivíduo (que nunca teve uma educação que prezasse o pensamento, a reflexão) não tenha a mínima paciência e vontade em questionar sua própria situação, o mundo que o cerca.

Para "descansar" desse ritmo mais que acelerado de vida, a pobre programação da TV, o culto evangélico ou o "mé" no bar do Zé são as opções utilizadas.

E assim os dias vão passando... e eu tendo que aguentar celulares tocando funks com letras grosseiríssimas (eufemismo) no último volume, pessoas se esgoelando em conversas vazias ao celular, bips irritantemente altos e incessantes de nextel... ou, ainda, pessoas que entram nos vagões do metrô como se fossem animais, empurrando e arrantando tudo o que está a frente, mochiladas, sacoladas e bolsadas por toda a parte... sem contar as vezes em que me sinto numa verdadeira descrição de Aluízio Azevedo sobre cheiros e aspectos de locais nada agradáveis...
Não. Não dá para aguentar isso dia após dia e não ficar revoltada, não ter acessos de raiva, não querer que o mundo exploda.

É muita diferença e parece que só aumenta mais com o tempo.
Relutei muito, mas cheguei no meu limite.
Hoje, sempre que posso, sou mais uma a atravancar o trânsito dessa cidade. Mais um carro com apenas uma pessoa, que optou pelo trânsito com conforto já que não existe transporte público de qualidade à disposição.


Enquanto as pessoas acharem mais importante o consumo, enquanto o governo continuar a privilegiar a elevação de pessoas das classes pobres à classe média, medindo essa mudança principalmente pela questão financeira, pelo poder de consumo das pessoas, em detrimento da educação, loucos são aqueles que colocam filhos no mundo.

3 comentários:

Marina Macambyra disse...

A gente sempre pode dizer para si mesma: A LUTA CONTINUA! Não resolve, mas consola ...

Pedro Crespo disse...

Te entendo! Ainda acredito que as coisas podem mudar...

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