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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Viela do Livro

Em dezembro passado, deparei-me com uma matéria sobre a trajetória de um garoto, agora com 29 anos, que mora na periferia da cidade e, indo na contramão das estatísticas, largou as drogas, os assaltos, a vida de traficante e retornou à escola, entrou em contato com a arte-educação, voltou a ler e está construindo uma biblioteca em uma das favelas da Zona Sul de São Paulo.


Na ocasião a matéria que li foi escrita pelo projeto que ele, Anderson Verdiano (também conhecido como Buiú), tinha realizado durante o final de semana: Em plena noite de sábado frio, o vento e a garoa não foram capazes de dispersar a pequena multidão que aos poucos se aglomerava nas vielas do bairro Jardim Ibirapuera (periferia da Zona Sul). Não havia cadeiras, as pessoas (e muitas delas, crianças) se ajeitavam e sentavam na ruela íngrime ansiosas para ver o filme "O garoto", de Charles Chaplin. As sessões desse "cinema" acontecem uma vez por mês. Antecedendo a projeção da película, sempre há a leitura de um trecho de algum livro. Marcelo Tas, convidado por Gilberto Dimenstein, participou dessa noite realizando comentários sobre o filme, que tinha legenda em inglês. A descrição sobre o que aconteceu nessa noite pode ser vista no post de Marcelo Tas e, também, na matéria de Dimenstein, na Folha do dia 08/12/2010.




Fiquei encantada com a atitude de Anderson. Aquelas informações me fizeram ter um pouco mais de esperança na vida (porque, muitas vezes, tudo parece tão sem solução...). Foi um sopro de alegria que me fez acreditar que podemos fazer alguma diferença, uma diferença positiva, para a evolução, para o esclarecimento...


Pelo Blog do projeto Viela do Livro, entrei em contato com o pessoal para saber como poderia ajudá-los, de alguma forma, a concretizar o projeto de Buiú, que "Descobriu uma pequena casa, no fim da sua viela, que poderia ser usada como biblioteca. 'Virou meu sonho.' Imagina que, com aquela casa, as crianças e adolescentes vão ficar menos nas ruas e mais metidos nos livros. Está percorrendo várias associações do entorno, entre as quais a Casa do Zezinho, da pedagoga Dagmar Garroux, para ver se o projeto da biblioteca sai do papel.Uma das ideias é criar uma espécie de 'viela-livro'. Em todos os muros da rua, seriam copiados trechos de romances, contos ou poesias -o final daria na sonhada biblioteca. 'Dá para encher este lugar aqui de poesia.'” *


Recebi uma resposta. Foi criada uma campanha para arrecadar verba para compra da sede do projeto, onde esta prevista uma biblioteca com 6 mil livros para comunidade.
Dessa forma, realizaram um cadastro no site vakinha.com.br para que as pessoas possam colaborar. Funciona da seguinte forma: qualquer pessoa pode doar qualquer valor a partir de R$ 5,00.

Acredito no poder do livro (da leitura) para a formação de pessoas mais reflexivas, críticas e conscientes de si e do mundo a que pertencem. O caminho para um mundo mais justo passa, necessariamente, pela educação e a leitura é peça fundamental. Se você pensa como eu, ajude a construir essa biblioteca, contribua com o valor que puder! E ajude a divulgar essa iniciativa!





*Trecho publicado na matéria de Gilberto Dimenstein, na Folha de São Paulo de 08 de dezembro de 2010.

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