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terça-feira, 10 de maio de 2011

Ao Sr. Super Herói

Como fazer com que ele entenda que o que realmente importa, o que faz a gente se apaixonar de verdade, não é achar que o cara é um “super herói” (que faz o trabalho de muitos de forma mais rápida e melhor, que consegue gerenciar todos os problemas e adversidades sozinho, que é um empresário bem sucedido...)? Mas que o gostar, o carinho sincero, nascem dos gestos mais singelos... como aquele olhar por cima dos óculos que ele te dá quando estão no meio de uma aula, o jeito de mexer a boca quando está pensando no que falar para te fazer um convite, a preocupação em saber se você chegou bem (sempre pedindo o envio de um sms só p/ garantir), o passo desengonçado de lambada dado “do nada” no meio de uma conversa só p/ te descontrair, a espontaneidade de cantarolar sempre que se lembra de uma música e não ter vergonha de fazer isso na sua frente... São esses pequenos gestos que mostram quem a pessoa verdadeiramente é... e é daí que nasce a admiração, o carinho...

Ser uma pessoa bem sucedida no trabalho ou na vida acadêmica são situações positivas, claro, mas não são condições “sine qua non” para gostar. Basear o gostar no sucesso profissional e/ou aquisitivo é criar uma ligação puramente interesseira e fadada ao fracasso, pois ninguém vive de vitórias todo o tempo. Se a relação é fundamentada nisso, ao menor sinal de “não vitória” (o que não significa exatamente fracasso), o deslumbramento da outra se esvai, o castelo se desmorona... não porque o outro falhou, e sim porque o relacionamento foi baseado numa falácia.

O bacana é sabermos que todos nós temos um lado que nos orgulha, que queremos mostrar às pessoas, e outro que queremos esconder. E uma relação saudável é aquela onde essas duas partes de cada um são conhecidas por ambos. A felicidade não é um estado permanente e estar num relacionamento onde os dois têm consciência do que verdadeiramente são, eles mesmos e o outro, faz com que possa existir um ajuda mútua para evoluir aquilo que ainda não está bem. Quando isso é alcançado, o sentimento de felicidade é muito mais intenso, pois foi algo atingido pelo trabalho em conjunto e de forma consciente.

O que te faz gostar de uma pessoa é o que ela pensa, como age, e não o que ela tem ou deseja mostrar ser.
Receber um CD com músicas que foram selecionadas para te agradar tem muito mais valor que um presente caro comprado numa loja. Foi o sentimento que fez com que a pessoa selecionasse de forma criteriosa música por música com a esperança de te agradar, percebe a diferença? Assim, se algum dia essa pessoa se mostrar fragilizada, seja por que motivo for, isso não dará margem a algo negativo, não “manchará sua imagem” ou a percepção que fiz dela. Porque a relação não foi baseada no achar ou esperar algo e sim no sentir e conhecer o outro. Aceitar o outro como ele realmente é, não como algo imaginado, carregado de projeções daquilo que se espera, nublando, dessa forma, a realidade.

Quando você pensa em alguém com carinho, é o sorriso espontâneo, o jeito de olhar, a maneira de falar que lhe vêem à mente, pequenos e impensados gestos que revelam como a pessoa realmente é...

Não tenha medo de se mostrar, não pense que é preciso ser extraordinário para ser aceito, para ser amado. Busque aquilo que te faz bem, realize aquilo que “você” quer. Satisfazendo nossos próprios desejos passamos a nos conhecer, a saber o que nos agrada ou não, a nos aceitar e, assim, a ter amor próprio, a autoestima necessária para que se possa amar verdadeiramente o outro.

1 comentários:

Sylvio Schreiner disse...

Muito bonito esse texto e de grande sensibilidade. O que realmente importa é viver e não fazer cena. Quem só olha a forma e não o conteúdo está mais preocupado em fazer teatro do que se deixar tocar pelas experiências de vida. Deixemos o teatro nos palcos e nos roteiros. Para a vida vamos ser mais verdadeiros...

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